Questão Básica
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Relembrada a Regra de Cramer, passemos ao enunciado do falso resultado que anunciamos na Introdução. Mas antes, tenhamos em mente as duas questões fundamentais que surgem quando se está envolvido com a resolução de equações em geral. No nosso caso, a primeira delas é simplesmente esta: Quantas soluções reais possui um sistema linear ? Estamos supondo que os coeficientes e os termos constantes do sistema são números reais arbitrários. Neste caso, o universo numérico mais vasto é . Cada solução do sistema é uma -upla ordenada de números reais. Perguntamos: quantas -uplas de números reais podem ser soluções do sistema? Resumidamente, a resposta é: nenhuma, uma ou infinitas. Estas são as três única opções possíveis em . Colocamo-las no quadro abaixo juntamente com as suas denominações tradicionais.
O sinal “” é o famoso “símbolo de infinito”. Usamo-lo aqui como um número cardinal para indicar uma infinidade de soluções. Parece-me indubitável que o raciocínio matemático se torna mais ágil quando substituímos longas descrições verbais por formulações simbólicas compactas, claras e naturais. Assim, em vez de repetirmos a todo instante as frases longas “impossível”, “possível e determinado” e “possível e indeterminado”, adquirimos maior controle da situação quando percebemos que estamos simplesmente discutindo as possibilidades “zero”, “um” e “infinito” quanto ao número de soluções reais de um sistema de equações. Estamos meramente discutindo a cardinalidade do conjunto-solução de uma equação da forma , em que e são matrizes (de números) reais, sendo quadrada. Se quiséssemos indicar esse número cardinal por um símbolo, digamos então poderíamos ter dito apenas: A segunda questão que se coloca é: como decidir, na prática, qual dessas três possibilidades ocorre? É como uma resposta a esta segunda questão que se propôs o falso teste baseado na Regra de Cramer. Vamos enunciá-lo na próxima página. |
© Carlos César de Araújo, 12 de abril de 2002 - cca@gregosetroianos.mat.br |