Tecnologia aplicada à educação
Material de Apoio
Após as aulas exploratórias iniciais, os estudantes recebem textos (em HTML) com instruções detalhadas para o estudo e montagem dos mais variados cenários.
É interessante constatar que os alunos demonstram pouca dificuldade em compreender densos parágrafos de texto e fórmulas quando têm a oportunidade de experimentar os conceitos com o computador — ao contrário do que geralmente ocorre quando estudam textos convencionais.
Como exemplo da eficácia dos textos acompanhados por computador, menciono a introdução da fórmula da distância entre dois pontos para estudantes do primeiro ano, numa altura em que desconheciam completamente a referida expressão. O texto introduz a fórmula (sem demonstração e nenhum exemplo prévio) e pede ao aluno para marcar pontos no plano (estrategicamente escolhidos) utilizando o Winplot. Em seguida, o estudante é convidado a calcular distâncias usando a fórmula e a conferir os resultados com o software. Apenas dez por cento dos alunos solicitou ajuda nessa tarefa, basicamente por dois motivos: (a) não compreenderam a fórmula naquele primeiro contato; (b) compreenderam a fórmula, mas aplicaram-na incorretamente — "cortaram" o radical e os expoentes da soma dos quadrados —, conforme descobriram ao conferir suas respostas com a do Winplot.
A explicação para o alto grau de sucesso em atividades desse gênero é simples: tal como num jogo virtual, o ambiente interativo do software permite ao aluno identificar seus erros e estimula-o a tentar novamente. Os recursos auto-suficientes do programa (uma vez compreendidos) fornecem a confiança e o prazer necessários para prosseguir adiante com os seus próprios exemplos, sem necessidade de recorrer ao professor. Aliás, este fato não deveria causar surpresa a nenhum educador que tenha observado como as crianças são capazes de aprender, sozinhas, as regras de um jogo no computador. O prazer da experimentação e da descoberta está na base de todo aprendizado bem-sucedido.