A Metodologia do Curso
O princípio que norteia o curso é autoevidente: o participante quer saber como identificar a natureza de um problema e resolvê-lo com segurança e rapidez. Isto se consegue nas aulas evitando tropeços, delongas e obscuridades “metafísicas” (vulgarmente percebidas pelos alunos inteligentes como “enrolações”), mas também sem charlatanismos como ênfase exagerada em “chutes” ou advinhações sem sustentação teórica firme (ainda que mínima).
Neste curso, seja presencial ou online, uma aula é uma sequência ininterrupta de resoluções de problemas dos seguintes tipos:
• problemas dos exames ANPAD, ANPEC, POSCOMP (conforme o curso).
• problemas criados especificamente para o curso e em absoluta conformidade com o respectivo edital.
• problemas de outros concursos e testes similares.
Não há exposições teóricas maciças acompanhadas de textos num quadro convencional para que os alunos copiem ansiosamente. Tudo o que é escrito pelo professor é gravado no caderno eletrônico dos alunos. A teoria é dada em fragmentos, tendo sempre um problema como pano de fundo para motivar e guiar a discussão. Mediante uma arrumação lógica e cuidadosa de problemas pedagogicamente bem elaborados, os tópicos dos editais são progressivamente cobertos em espiral: etapas posteriores alargam e reforçam as anteriores continuamente.
Desse modo, jamais nos paralisamos em problemas que porventura se mostrem “intratáveis” numa primeira investida; eles acabam resolvidos pelos alunos numa etapa posterior do curso — quer no seu grupo de origem ou em outro paralelo. (Aos alunos de cada grupo é concedida permissão para assistir aulas de outro grupo em circunstâncias que o justifiquem, como perda de uma aula ou dificuldades excessivas com um determinado tópico.)
O professor continuamente instila nos alunos as atitudes corretas para o sucesso na resolução de problemas, tais como:
• separar claramente o que fazer do como fazer;
• abstrair a estrutura geral comum a problemas já resolvidos de um mesmo tópico;
• não se abater diante de um problema (inicialmente) difícil;
• disposição permanente para sintetizar o que já foi visto;
• equilibrar intuição e técnica.
O critério de apresentação dos problemas é tal que:
• problemas mais simples precedem os mais difíceis;
• problemas que requerem novos conceitos e técnicas precedem os que não envolvem novo conhecimento;
• se dois problemas são de uma prova (ANPAD, ANPEC ou POSCOMP) e empatam nesses critérios, então o mais recente é contemplado.
A abordagem de um problema envolve os seguintes passos:
Passo 1. Um problema é apresentado na tela e lido em voz alta pelo professor.
Passo 2.
2.1. Se o problema envolve conceitos e técnicas ainda não apresentados, então o professor passa imediatamente à sua resolução detalhada no caderno eletrônico. Isso inclui, exclusivamente para o momento, o enunciado de definições precisas, o emprego de fórmulas, esclarecimentos terminológicos, considerações de eficiência e heurísticas.
2.2. Se o problema pode ser resolvido com base no que já foi ensinado, então o professor concede um máximo de dois (2) minutos para que os participantes resolvam a questão e indiquem uma das cinco (5) alternativas. Terminado esse prazo, conferimos a alternativa correta clicando no botão de resposta da barra de navegação do problema.
2.3. Havendo consenso geral sobre a resposta, fechamos o problema e passamos para o seguinte (Passo 1).
2.4. Caso contrário, o professor discute as dificuldades e apresenta a solução com o grau de detalhe apropriado, após o que seguimos em frente (Passo 1).
2.5. Se o problema se revelar excepcionalmente difícil para os alunos, então sua discussão é adiada e retomada numa ocasião adequada. (A prática tem mostrado que dúvidas temporariamente pendentes sempre se dissolvem com a resolução continuada durante o curso, muitas vezes sem intervenção do professor.)
Para cada grupo de problemas, o professor resolve apenas o suficiente para que os restantes possam ser deixados a cargo dos alunos (como exercícios).
Muitos problemas exigem, para sua plena compreensão, a exploração instantânea de parâmetros num certo espaço de possibilidades que é ditado pela natureza intrínseca do assunto ou pela intuição ainda tateante do aprendiz. Para essas ocasiões cruciais, nas quais a variação rápida dos dados de entrada é determinante para um julgamento imediato do alcance dos teoremas, o curso apresenta exclusivas simulações computadorizadas — diagramas, gráficos 3D, tabelas e algoritmos que se materializam em tempo real na tela do professor em resposta a qualquer suposição dos alunos.
Em resumo, a metodologia empregada no curso é uma forma de aprendizagem guiada por problemas — não devendo ser confundida, porém, com a chamada abordagem PBL (Problem-Based Learning).
Carlos César de Araújo